As Cartas às 7 Igrejas — Filadélfia

  • 17/05/2024
As Cartas às 7 Igrejas — Filadélfia
As Cartas às 7 Igrejas — Filadélfia (Foto: Reprodução)

Filadélfia

Filadélfia, era uma cidade da Lídia, na Ásia Menor, e seu nome provém do grego φιλαδελφεια (Philadelpheia) que significa “amor fraterno” (cf. STRONG g5359).

A apresentação de Cristo

Para a igreja em Filadélfia, Jesus revela algo novo! Até aqui, Ele estava repetindo os primeiros pontos revelados a João (Ap 1:12-20), então se revela como o “santo e verdadeiro, que tem a chave de Davi. O que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir” (Ap 3:7, NAA), possivelmente em alusão à profecia de Isaías acerca de Eliaquim, numa breve tipologia messiânica (Is 22:22).

Eu conheço as tuas obras...

Como em todas as Igrejas, o Senhor tem observado as obras de cada um e apesar da pouca força, os crentes de Filadélfia eram obedientes até a morte e não negaram o nome de Jesus Cristo. Por isso, o Senhor disse que havia colocado uma porta aberta diante dessa igreja e garantiu que ninguém poderia fechá-la! (Ap 3:8)

A Sinagoga de Satanás

Dentre todas as igrejas, somente a de Esmirna e a de Filadélfia permaneceram sem repreensão, além disso, elas têm algo em comum: ambas sofreram perseguição dos falsos judeus; a sinagoga de Satanás (Ap 2:9; 3:9), então, o Senhor Jesus promete que esses crentes, os quais são perseguidos e humilhados, serão exaltados diante desses perseguidores.

Fizemos um artigo sobre esse tema. Clique aqui se desejar saber mais sobre a “sinagoga de Satanás”!

A Hora da Tentação não é a Grande Tribulação!

Por ter mantido a fidelidade, obedecendo à Palavra de Deus, esses crentes recebem a promessa de serem guardados, ou preservados, num momento de “tentação” (ou “provação”) que viria sobre todo o mundo.

É interessante notar que a preposição grega (κ) usada aqui, pode ser traduzida de duas formas: “te guardarei da hora da tentação” ou “te guardarei na hora na tentação”. Veja, por exemplo, como se encontra na NTLH: “eu os protegerei no tempo da aflição” (grifo nosso).

Seja como for, esse período não se refere à grande tribulação, pois, o termo original grego (πειρασμο) usado aqui em Apocalipse 3:10 para se referir à tentação (traduzido também como “provação”), é totalmente distinto do termo grego (θλίψις) usado em Mateus 24 versos 21 e 29, para se referir à grande tribulação (traduzido às vezes como “angústia” ou “aflição”).

Não perca a sua coroa!

Como desde o início da Revelação — Apocalipse significa “revelação” — até o fim, Jesus tem repetido insistentemente que as coisas “ocorrerão rapidamente” (Ap 1:1; 22:6) e que Ele virá “sem demora” (Ap 2:16; 3:11; 22:7,12,20).

A seguir, Jesus acrescenta um alerta a essa igreja, para quem mantenham sua fidelidade (Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13; Rm 2:7), perseverando até o fim:

“Venho sem demora. Conserve o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa.” (Apocalipse 3:11, NAA)

Como assim? É possível alguém “tomar” ou “receber” a sua coroa, caso após ter escapado das contaminações do mundo (2Pe 2:20), você  abandonar o evangelho (1Tm 1:19,20; 2Tm 4:10), renegando o Soberano Senhor que te resgatou (2Pe 2:1,20), apostatando assim da fé (Hb 6:4-8)?

É adequado entender que se isso não fosse possível, tal advertência não faria o menor sentido, por isso, somente após a aprovação é que quaisquer pessoas podem ser coroadas (Tiago 1:12). Isso explica a expressão de Paulo acerca de sua coroa (1Co 9:24-27), porém após combater o bom combate, acabar toda a sua carreira em fidelidade, ele pôde exclamar com convicção que sua coroa estava guardada (2Tm 4:8), pois havia pastoreado o rebanho de Deus, sendo fiel até o fim (1Pedro 5:1-4).

As grandes promessas aos fiéis

“Aquele que vencer eu o farei uma coluna no templo do meu Deus, e ele não sairá mais de lá, e eu escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, que é a nova Jerusalém, que desce do céu do meu Deus; e eu escreverei sobre ele o meu novo nome” (Apocalipse 3:12, BKJ)

É interessante perceber que Jesus faz grandes promessas se referindo ao Pai como “seu Deus”, e isso é usado constantemente pelas seitas que negam a divindade completa de Cristo, sugerindo que somente o Pai é Deus.

Na verdade, o que está ocorrendo aqui é que Cristo está se apresentando a João na figura de um Sumo Sacerdote, com um “éfode” ou “estola” sacerdotal (Ap 1:12-20), indicando seu sacerdócio eterno segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4; Hb 5:6,10; 6:20; 7:1,10,11,15,17).

Para entender melhor sobre esse tema, clique no link a seguir e leia o Artigo: Por que Jesus estava vestido daquela forma?

Qual a função principal do Sumo Sacerdote? A função principal dos sacerdotes e também dos apóstolos era de apresentar Deus ao povo por meio das instruções divinas, mas exclusivamente o Sumo Sacerdote deveria REPRESENTAR pessoalmente o povo diante de Deus!

Reunindo em Si mesmo as funções de verdadeiro Apóstolo e Sumo Sacerdote eterno (Hb 3:1), que se assentou à destra da Majestade nas alturas (Hb 4:14; 8:1; 9:11), Jesus Cristo é e sempre será o único Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5).

Entre Deus e seu povo aparece a figura de um Sumo Sacerdote, e é justamente nesse papel de mediação, que Jesus, como nosso único Sumo Sacerdote, está apresentando Deus a nós, afinal, todo sumo sacerdote tem que ter um Deus para apresentar, por isso, Paulo não se esquece de enfatizar as duas naturezas de Cristo, destacando que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1Timóteo 2:5, ACF), e isso, por si só evidencia que a mediação está eternamente relacionada à vitória conquistada durante toda a vida e obra de Jesus enquanto homem, desde seu nascimento até a morte de Cristo na cruz do Calvário!

Não há sombra de dúvidas que Jesus Cristo é Deus na mesma plenitude do Pai (At 20:28; Cl 1:19; Tt 2:13; 1Jo 2:23; 2Jo 1:9), e por ser o único que possui plenamente essa dupla natureza “divina e humana” (Jo 1:1,14; Cl 2:9), Ele é o único capaz de exercer a Mediação entre nós e Deus, desempenhando assim o Eterno Sacerdócio!

Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:13, BKJ)

Bibliografia

BÍBLIA. Bíblia de Estudo NTLH. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

BÍBLIA SAGRADA. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 3ª ed. (Nova Almeida Atualizada). ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

BÍBLIA SAGRADA. Bíblia King James 1611 com Concordância e Pilcrows. 2ª. ed. Niterói: BV Books, 2020.

STRONG, J. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.

VÍDEO SUGERIDO: Apocalipse 3 - As 7 Igrejas - Conclusão

 

Felipe Morais é servo temente ao Senhor, e atua como pastor na Igreja Batista do Reino. Pós-graduado em Teologia, é um biblicista apaixonado pelas Escrituras. Comentarista, escritor e cronologista bíblico, atua como professor no YouTube pelos canais Curso Bíblico Online e Devocional Bíblico Online.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: As Cartas às 7 Igrejas — Sardes

 

FONTE: http://guiame.com.br/colunistas/felipe-morais/cartas-7-igrejas-filadelfia.html


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